
09 novembro, 2011
Nova História:O mundo mágico do menino S. : nas bancas em Dezembro.

27 outubro, 2011
Nova História: O Leão Marajá e a Tartaruga Turra

Há muito tempo atrás lá para os lados da Ásia existia uma floresta separada do resto do mundo. Olímpia era um lugar reservado e mantido em segredo do resto do planeta Terra. Conta a história que um dia, já cansado de tantas guerras e destruição o velho das montanhas mais altas do mundo decidiu começar tudo de novo. Partiu em cima do seu amigo burro, levando com ele a bagagem acumulada ao longo dos anos. Por onde passava havia sempre algum animal (as pessoas não eram muito dadas a grandes aventuras) que lhe perguntava: - Para onde vais? Ele respondia sempre o mesmo: - Vou começar um mundo novo e mágico. Sempre que isto acontecia, um animal passava a acompanhá-lo. Quando chegou ao seu destino havia elefantes, girafas, pinguins, lémures, ratos, focas, tigres, leões, cobras e muitos outros animais. Mas adivinhava-se uma grande confusão neste lugar e o velho resolveu reunir todos para em conjunto elaborarem a Lei da Paz e do Sossego. Constava neste documento que estava expressamente proibido que os animais se comessem uns aos outros. No principio ficaram um pouco confusos, principalmente os que andavam sempre atrás dos coelhos e dos veados. Mas o velho tinha uma solução – mágica. Da sua sacola retirou umas sementes enormes e brilhantes. Espalhou-as pela terra e subitamente brotaram árvores repletas de frutos muito estranhos.
Dessas árvores gigantes caíam diariamente frutos de diversas cores e cada animal já sabia o que comer. Por exemplo, o tigre comia os pedaços vermelhos, com sabor a carne; o veado comia os de cor verde (com sabor a erva e folhas fresquinhas); o pinguim (que vivia nas rochas do mar gelado) petiscava as sementes com sabor a peixe...e todos os dias as árvores se renovavam. Não havia separações entre eles, pois naquele lugar todos tinham a sua casa com tudo o que precisavam. Não havia lutas e nenhum animal se sentia em perigo ou era ameaçado pelos outros. E tudo correu bem até ao dia em que o Leão Marajá acordando mal disposto, a cauda a agitar rapidamente e rugindo bem alto disse:
- Estou cheio de fome, cheio de fome – quero comer muito, até não aguentar mais; afinal quem é o maior e mais forte de todos os animais? Claro que sou eu. Não tenho que obedecer a um velho que acha que manda em toda esta floresta. A partir de agora iremos ver quem é que irá reinar! Sacudiu a juba escura e saiu de casa.
Aquele lugar que outrora era pacífico tornou-se amedrontador. Emboscada atrás de emboscada Marajá capturava o que era apetitoso e lhe satisfazia a gula. Os habitantes passaram a sair de casa somente à noite, pois era o único momento em que de barriga repleta, o leão adormecia num longo ronco. Quando se dirigiram ao velho que os trouxera para ali ele sabiamente murmurou: - Marajá terá o castigo que merece; reuniremos na próxima noite de lua cheia junto ao lago de fogo (de certo, o leão tinha pavor de fogueiras e nunca se aproximaria dali). Apesar do medo e da desconfiança todos respeitaram as palavras do velho das montanhas mais altas do mundo. Quando certa noite a lua iluminou o céu todos correram para o lugar marcado – não havia tempo a perder. Mal o velho falou as primeiras palavras todos se calaram num silêncio absoluto (exceto o ronco do leão que descansava do repasto). Disse ele:
- Meus companheiros e companheiras, sempre desejei viver num sítio em que a harmonia fosse o mais importante; onde a paz e o sossego fosse o sonho de todos. Mas como sempre, há alguém que com o seu egoísmo está a tentar estragar os nossos planos. Por isso está na hora de lhe ser dada uma lição.
Sem grandes explicações o velho pediu aos habitantes que arranjassem comida e água para uma semana e se mantivessem em casa.
Assim, quando na manhã seguinte o Leão Marajá saiu para caçar achou muito estranho toda aquela tranquilidade; nada parecia mexer-se e não havia nem um mísero ratinho a correr para que lhe saltasse em cima e o comesse de uma só vez. Bem amanhã será diferente, pensou ele. Mas não foi. Todos os dias que se seguiram foram exatamente iguais a essa manhã. Então passou a ouvir-se um outro ronco: o ronco de fome que provinha do seu estômago.
Passados 5 dias já Marajá andava desesperado de um lado para o outro, gemendo: - ai, ai que vou morrer de tanta fome que tenho, ai, ai, ai. Foi então que a Tartaruga Turra (caminhando muito devagarinho) foi ter com ele.
Ela disse:
- Olá Marajá o que se repassa contigo que só te oiço gritar e chorar?
- Grrrrr, estou cheio de fome e não há nada para caçar.
- Já pensaste em comer o que todos nós comemos desde que aqui chegamos?
- Nem pensar; eu sou um leão destemido e sempre cheio de fome: tenho que comer trinta quilos de carne por dia; não quero saber de ser amigo dos meus alimentos; ninguém manda em mim porque eu sou o Rei da floresta.
- Então só te resta uma solução...
- Qual, tartaruga Turra?
- Comeres-me a mim.
-Hummm, uma tartaruga?
- Tenho uma carninha muito tenrinha e saborosa, sabias?
- Hummmm
A boca de Marajá encheu-se de água com o pensamento de poder saborear uma refeição tão requintada. Sem pensar muito saltou para cima da tartaruga. Mas nesse mesmo instante Turra enfiou-se dentro da sua carapaça (dura como pedra) e assim que Marajá, com os seus dentes afiados a mordeu sentiu uma dor enorme.
A tartaruga Turra não conseguindo parar de se rir, disse-lhe:
- Marajá, és o primeiro Leão desdentado que conheço!
A partir desse dia, o Leão Marajá passou a comer todos os dias os frutos vermelhos que caiam das árvores e o velho das montanhas sentiu finalmente que o seu sonho se tinha tornado realidade.
Publicada na Revista Coisas de Criança.
Ilustração de Patricia Sousa.
21 junho, 2011
O Leão Marajá e a Tartaruga Turra.

Próxima história publicada na Revista Coisas de Criança:
24 maio, 2011
Já nas bancas: Tobias, o assobiador!

10 março, 2011
Novidade: histórias de Alice fazem sonhar mais longe!
Nova História: As travessuras de Lili.

- Podiamos brincar juntos, retorquiu Gaspar, ignorando o que ela dizia.
- Brincar? Ainda agora me fizeste cair e gozaste comigo; não gosto nada disso, respondeu Lili.
Então Gaspar com um sorriso maroto nos lábios disse-lhe:
- Então somos iguais, pois por aquilo que sei ninguém quer brincar contigo na escola, exactamente pelos mesmos motivos. Estas palavras deixaram a menina em silêncio; após pensar um pouco murmurou envergonhada:
- Está bem. Podemos brincar juntos mas sempre que me pregares alguma partida, faço-te desaparecer.
Foi assim que aos 5 anos de idade Lili encontrou um amigo muito especial: um amigo mágico – só Lili o conseguia ver. Aparecia e desaparecia num abrir e fechar dos olhos. Em pouco tempo, Gaspar tornou-se o companheiro de todas as aventuras da menina ruiva e rechonchuda.E naquela manhã – de sol - quando a menina saiu do quarto para ir tomar o pequeno-almoço, pediu à mãe um saco de caramelos para dar aos meninos e meninas da sua sala dos cinco anos.
06 janeiro, 2011
Lau e Leo: história publicada.

Era uma vez dois primos chamados Laura e Leonardo que tinham 5 anos e viviam na vila de Laguna, sitio conhecido pelo seu imenso lago de águas verdes. Esta vila era muito particular pois todos os nomes dos seus habitantes começavam pela letra L. Além disso, dizia-se que aquele lugar era protegido pela fada Elfie, que morava no cimo da montanha e de lá conseguia ver tudo o que se passava. Ela era muito bonita, com as suas asas brancas e a sua capa vermelha feita de mil borboletas. Contavam os mais velhos que Elfie era a fada do amor e da partilha; andava pelo mundo a tentar fazer com que as pessoas fossem mais amigas umas dasoutras. Segundo a história, ela tinha um saco onde estava guardada a chave que servia para abrir um baú mágico. No entanto, nunca ninguém a tinha visto.
Lau e Leo, nomes pelos quais eram conhecidos, tinham nascido com um intervalo de 3 meses e por isso tinham crescido juntinhos, como se fossem dois irmãos de brincadeiras. Eram muito diferentes e talvez por isso mesmo, fosse tão divertido estarem juntos. Lau era uma menina ruiva, de imensos olhos pretos que adorava olhar para tudo o que a rodeava. Tinha dois passarinhos como animais de estimação: o Pinóquio e a Pinóquia, que viviam no jardim da sua casa. Uma das suas brincadeiras preferidas era colecionar tampas de garrafas de sumo e depois dividi-las por cores. Leo era um menino de cabelo encaracolado e olhar travesso, que andava sempre de boné vermelho. Gostava muito de colecionar coisas e no seu quarto havia tantos jogos e bonecos que ele nem sabia decidir com o que brincar. Apesar disso, pedia constantemente aos pais novos brinquedos.Lau admirava muito o seu primo Leo, pois este era muito inteligente e conseguia fazer jogos muito difíceis O que a entristecia era o facto doprimo fazer birras por não querer emprestar os seus brinquedos aos outros meninos e a ela própria também. Na vila de Laguna existiam muitas crianças. Mesmo ao lado da casa de Leo e Lau vivia a família Nicolau. O pai Luís tinha ficado desempregado e aquilo que a mãe Linda ganhava mal chegava para comprar a comida para alimentar os três filhos, Luana, Lígia e Lucas.
Lau brincava muitas vezes com eles e geralmente Leo, apesar de ficar à janela ansioso por ir para o pé deles, acabava por se fechar no seu quarto, pois recusava-se a levar os seus brinquedos para que todos pudessem divertir-se. Leo achava que não tinha nada que emprestar aquilo que era só dele. Assim, mesmo que a sua prima insistisse e o chamasse para junto deles, acabava por ficar sozinho junto de todas as coisas que tinha. Lau, como não dava nenhuma importância a nada disto, emprestava-lhes as suas tampas coloridas e juntos corriam, riam e inventavam mil brincadeiras.
Um dia, já de noite, a mãe de Leo mandou-o para a cama dormir e este recusou-se, pois dizia não ter sono. Muito zangada com a sua teimosia, a mãe ordenou ao menino que fosse para a cama e lá esperasse que o sono chegasse. Mas nada sucedia. Leo teimava em permanecer de olhos abertos. Subitamente, começou a ouvir uma música muito baixinha que parecia vir do sótão Corajoso, saiu do quarto, subiu as escadas muito devagarinho para que a mãe não ouvisse barulho e lá foi ele ver o que se passava. Ficou muito espantado, pois a música vinha daquele boneco que a avó lhe tinha dado. Nunca lhe havia dado importância, pois tinha tantos brinquedos que se mexiam sozinhos, que aquele não lhe suscitava nenhum interesse. Era um boneco feito de tecidos de várias cores, doisolhos feitos de botões e a boca um sorriso bordado a vermelho; no lugar do coração tinha uma caixinha de música, que quando se dava corda, tocava uma música de embalar que fazia adormecer e sonhar. Pegou nele e sentou-se na velha cama de ferro. Da pequena janela do sótão conseguia ver o céu; estava uma noite estrelada e a lua iluminava as ruas.
Subitamente algo estranho aconteceu. Ao olhar lá para fora viu uma menina a voar, que lhe pedia para entrar no sótão Abriu-lhe a janela e ela com uma voz doce disse-lhe olá e deu-lhe um beijinho na bochecha. Então, contou-lhe que nessa noite gostaria que ele fosse dar um passeio com ela, pois tinha uma coisa muito importante para lhe mostrar. Leo, ainda meio atordoado com o que se estava a passar, disse-lhe que sim. Elfie pegou nele ao colo e levou-o para fora de casa. Voaram por cima das casas da vila, do lago e pararam junto de uma casa. Elfie explicou-lhe que naquela casa vivia um menino chamado Leonardo. Ele ficou muito surpreeendido, pois ele também se chamava assim. No momento em que entraram na casa daquele menino, Leo apercebeu-se que era a sua própria casa e que aquele menino era ele. Mas quando entraram no quarto, Leo ficou ainda mais confuso e assustado também. No sítio onde antes existiam tantos brinquedos só havia agora uma pequena cama e espalhadas pelo chão estavam três ou quatro tampas coloridas. Nesse preciso momento lembrou-se de Lau e de como ela andava sempre bem-disposta. De repente a campainha tocou e eles foram ver quem era. Do cimo das escadas, Leo reconheceu os meninos que moravam perto de si e com os quais nunca queria brincar, para não ter de emprestar os seus brinquedos. As lágrimas começaram a cair pela sua cara quando viu que aqueles meninos vinham convidá-lo para brincar e que além disso queriam oferecer-lhe saco cheio de brinquedos, porque os pais dele não tinham dinheiro para essas coisas. Elfie deu a mão a Leo e disse-lhe que estava na hora de irem embora, pois não tardaria a amanhecer. No regresso a casa pararam perto do lago, junto à árvore dos tesouros. Então Elfie ofereceu-lhe uma chave e murmurou-lhe ao ouvido um segredo. Disse-lhe ela: - Esta chave abre o baú encantado que se encontra escondido nesta árvore. Ao abrires o baú sairá de lá uma luz muito forte, feita de todas as cores do arco-íris Essa luz irá espalhar-se em todas as direções Mas o que faz essa luz, perguntou-lhe Leo. Elfie, que começava a desaparecer da sua vista respondeu-lhe:
- Esta é a luz que iluminando todas as casas, faz o coração encher-se de amor. Adeus pequeno Leo.
Subitamente, ouviu-se uma voz vinda de longe.
- Leo, onde estás?
Assustado, abriu os olhos e reparou que tinha adormecido no sótão da sua casa. Quando viu a mãe ficou tão contente que se abraçou a ela. Esta, levou-o para a sua cama e acariciou-lhe os cabelos. Cheio de sono Leo ainda lhe perguntou:
- mamã, amanha posso dar alguns dos meus brinquedos aos meus amigos?