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13 setembro, 2012

Nova história, nas bancas em Outubro: O Pavão sabichão que não sabia cantar.

Em Outubro não percam mais uma história da Alice, ilustrada pela Patricia - na Revista Coisas de Criança - para encantar meninos e meninas que sabem sonhar*

Abraço sorridente,
Alice & Patricia.


30 abril, 2012

Dom Coelho e Dona Galinha


Em Abril foi assim, na Revista Coisas de Criança.


Dom Coelho era muito vaidoso e importante na cidade onde vivia. Era ele o responsável por todos os anos (pela altura da Páscoa) entregar os ovos  pintados com cores brilhantes. Passava três meses a pintar os ovos que Dona Galinha punha.
Pertencia à confraria dos coelhos entregadores de ovos da Páscoa. O Coelho trabalhava em equipa com a Dona Galinha. Esta punha os ovos e ele encarregava-se de os pintar e entregar. Todos os anos distribuia os ovos coloridos pelos jardins das casas. Todos lhe agradeciam, em especial as crianças que ficavam com sorrisos gigantes e se deliciavam com os presentes.  Nessa altura do ano todos andavam sempre muito bem dispostos, pois a Primavera trazia com ela novas cores e um sol quente – as folhas das árvores despontavam, os pássaros voavam contentes pelos beirais das casas e as crianças podiam finalmente brincar nos jardins.
Dom Coelho era muito admirado por todos os habitantes – tinham-lhe até construido uma estátua em homenagem ao seu trabalho.  
Um ano porém, Dona Galinha ficou zangada.
- Basta, estou cansada de tantos ovos pôr e nenhum mérito receber por isso – dizia ela com longos cacarejos. 
- Afinal, agradecem a Dom Coelho e todos se esquecem de mim – continuava ela -  A partir de agora, recuso-me a entregar os meus ovos – disse.
Se assim o disse assim o fez. Dom Coelho ficou tão zangado que ameaçou não haver Primavera nem presentes nesse ano. Sem saber o que fazer resolveu consultar o Coelho Mestre – o mais velho e sábio da confraria.
- Velho Coelho, este ano corremos o risco de não haver ovos de chocolate coloridos para colocar nos jardins da cidade. As crianças irão ficar muito desapontadas e deixarão de acreditar na magia da Primavera. Dona Galinha está muito chateada e recusa-se a pôr mais ovos. Diz ela que ninguém a valoriza por ajudar.
O Mestre Entregador que tinha já muita experiência com Galinhas, pensou e disse:
- É muito fácil resolver este problema, caro Dom Coelho. A Galinha tem razão, de certa forma. Não se comportou muito bem, porqu enão pensou me mais ninguém quando tomou a sua decisão, mas também nunca lhe demos o devido valor. Sabes, é muito importante mostrarmos à Dona Galinha o quanto ela é especial para todos nós.
- E como vamos fazer isso? – perguntou Dom Coelho.
- Vamos ter de reunir todos os coelhos da confraria, porque esta noite temos muito que fazer.
E assim foi, todos juntos trabalharam toda a noite a preparar uma surpresa para Dona Galinha.
No dia seguinte juntara-se todos e foram bater à porta de Dona Galinha.
- Dona Galinha, venha connosco por favor – pediram todos em unissono.
A Galinha lá foi, meio contrariada sem saber o que aqueles coelhos vaidosos lhe queriam mostrar.
Assim que chegaram à praça, Dona Galinha cacarejou de espanto e emoção.
Ao lado da estátua de Dom Coelho, erguia-se agora uma enorme galinha amarela com um cesto cheio de ovos coloridos. Ao lado dizia assim:
“Em homenagem a Dona Galinha que faz com que todos os anos a nossa Primavera seja mais colorida”.
A partir desse dia o Dom Coelho e a Dona Galinha tornaram-se amigos inseparáveis e juntos trabalhavam para que o mistério dos ovos coloridos nunca desaparecesse.

05 março, 2012

Nova história: Nas bancas em Abril.


A próxima história que sairá na revista Coisas de Criança será sobre um Coelho muito vaidoso.
Não percam, já em Fevereiro - Dom Coelho e a Galinha Gulosa.
Abraço!

04 janeiro, 2012

Nova história: Nas bancas em Fevereiro.

A próxima história que sairá na revista Coisas de Criança será sobre um menino que tinha medo do Carnaval.
Chama-se Carnavalia.
Não percam, já em Fevereiro.

Abraço!

O Mundo Mágico do menino S.

O menino S. (S que poderia ser de Sarapintado, Saltimbanco ou Saltitão) não gostava de ir para a escola. Para ele era muito aborrecido ficar aquele tempo todo sentado a fazer fichas e a aprender letras e números. Tinha saudades da antiga escola, onde a educadora cantava canções engraçadas e inventava brincadeiras divertidas. Agora tudo tinha mudado. Era o primeiro ano que estava naquele lugar e a mãe dissera-lhe que iria aprender muitas coisas novas, como por exemplo a ler e a escrever. - Em breve poderás viajar sozinho pelas tuas histórias favoritas – dizia-lhe a mãe. Mas S. todos os dias desejava poder ficar em casa, na companhia do seu peixinho “Laranjinha”, simplesmente a brincar.

S. era um menino muito sonhador e arregalava os olhos quando via as imagens maravilhosas dos livros que a mãe lhe trazia da biblioteca. Desde bebé que viajava ao som das palavras que ela lhe contava todos os dias ao adormecer. Habituara-se àquele momento diário de acreditar em coisas fantásticas e que em segredo desejava serem reais - os animais falavam, os monstros dormiam com os meninos na cama e havia até pozinhos mágicos que resolviam qualquer situação.

A mãe dizia-lhe baixinho: - pozinhos mágicos para uma boa noite de sono....pozinhos mágicos para afastar os medos e os monstros...e ele acreditava no poder da magia que a mãe deixava cair sobre ele.

Uma noite, aconteceu-lhe ter um sonho muito estranho. Estava na escola e aconteciam coisas muito diferentes do habitual.

As letras iam falar com ele e diziam-lhe que tinham uma mensagem muito importante para lhe revelar. – Primeiro terás de aprender a ler – diziam elas. Intrigado foi ao baile do abecedário e desejou que aquela escola fosse mesmo verdadeira. À sua volta, as letras voavam de um lado para o outro e faziam rodas gigantes – o que queriam dizer não sabia, pois na sua vida real achava uma chatice ter de aprender aquelas coisas. Até os números serviam para algo. Por exemplo, sentou-se no número quatro que parecia uma cadeira. E correu muito rápido com os zeros que não paravam de se rebolar. Andou de baloiço na letra L e os is juntaram-se todos para lhe fazerem um escorrega gigante. Por fim, já cansado, encostou a cabeça na barriga da letra b (que tem uma barriga grande e fofinha) e adormeceu.

- S. acorda que são horas de ir para a escola – chamou a mãe. O menino acordou e logo fez aquele ar contrariado. – Que chatice, murmurou.

Nesse dia na escola, estava S. sentado na sua cadeira verde quando ouviu uma voz vinda de cima :

- Pssst, pssst...

- Quem és? Perguntou.

- Já não nos conhecesses?

S. olhou e soltou uma gargalhada – não podia acreditar.

- Tu és a letra b onde adormeci...e tu és a letra L onde me sentei...(S. não parava de dizer o nome de cada um dos seus novos amigos).

- Estás a ver como é divertido aprender...Sabes, temos uma surpresa para ti...

Repentinamente, as letras e os números dos cadernos começaram a sair do papel.

S. sentiu um abraço muito forte e pela primeira vez sorriu na sua escola nova.